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MARCELO CARDOSO DOS SANTOS - SUPERANDO BARREIRAS E ADVERSÁRIOS

Por Mônica Vitória

Marcelo Cardoso dos Santos é um daqueles alunos que são exemplos de superação na vida. Cursando o terceiro ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, na Taquara, ele se destaca entre as raias das piscinas, como nadador paraolímpico. É na água que Marcelo mostra a agilidade e a destreza que eventualmente podem lhe faltar na terra. E seu sucesso é provado não só com as medalhas que conquista país afora, mas também em campanhas como “Dia de Sonho”, da qual recentemente foi garoto-propaganda.

Cadeirante, Marcelo vê como “natural” a sua trajetória no esporte. A natação entrou na vida do estudante como parte do tratamento fisioterápico que precisava fazer quando criança. “Comecei a nadar aos cinco anos de idade, como hobby e também como fisioterapia. Mas só passei a competir mesmo aos 15. Até então, dividia minhas atividades físicas entre a piscina e a quadra de basquete, que era outra modalidade da qual eu gostava”, diz Marcelo, que chegou a jogar basquete com seus colegas de escola e parou devido à maior necessidade de adaptações estruturais que o esporte exigia no seu caso.

Além de ser mais acessível, a popularidade maior e as oportunidades foram fatores decisivos para que Marcelo escolhesse de vez a natação. “O basquete ainda é pouco divulgado no Brasil, então preferi me concentrar naquilo que eu fazia desde pequeno. Em dois anos de treino, me tornei atleta profissional. A técnica Lívia Prates me indicou para o projeto ‘Nadando contra a corrente’, que valia vaga na equipe paradesportiva profissional do Instituto Superar. Em 2010, consegui entrar para o time”, conta.

Mesmo sendo portador de deficiência física, Marcelo, aos 17 anos, tem mergulhado fundo no sonho olímpico sem se intimidar. É claro que as dificuldades enfrentadas são grandes, mas nada que abale a sua determinação. “O pior mesmo é a locomoção, o acesso aos locais... E se a gente não tem alguém por perto, fraqueja mesmo, a auto-estima às vezes diminui. Mas nada que tire o foco do que realmente importa. Agradeço muito ao apoio dos meus pais, que sempre me jogam para cima e acreditam em mim”, afirma.

A rotina não é tão diferente daquela seguida pelos jovens esportistas que não usam cadeira de rodas. “Treino duas horas por dia de segunda a sexta, à tarde, pois de manhã tenho aula. Aos sábados, pratico mais. O treinamento requer algumas adaptações. Mas o que muda mesmo é a parte de equilíbrio, o resto é normal, como um treino de natação qualquer”, observa Marcelo. Na última semana, ele se preparou com afinco para as Paraolimpíadas Escolares 2010, que acontecem até o dia 11 em São Paulo. Confiante, ele espera fazer bonito representando seu colégio e o Rio de Janeiro: “Está tudo dentro do planejado. Venho treinando forte”.

Ninguém duvida do resultado que toda essa maratona de exercícios traz. As limitações não impediram Marcelo de obter várias medalhas. “Em 2009, disputei cinco competições. Neste ano, até agora, foram três, mas virão mais. No campeonato paraolímpico nacional, que é o maior do país, fiquei com o bronze duas vezes”, lembra. No saldo total de medalhas, o atleta conta 16 até o momento, sendo quatro de ouro – uma conquistada em 2010. Para manter a forma e melhorar cada vez mais sua performance, Marcelo frequenta os treinos rigorosamente no Instituto Superar, na Barra da Tijuca.


Dia de Sonho

E foi pelo Instituto Superar que Marcelo estampou a campanha “Dia de Sonho”, iniciativa que contou com a parceria dos Supermercados Prezunic. O dinheiro arrecadado com a venda de sonhos (de padaria) nas lojas da rede entre os últimos dias 28 e 29 de agosto será investido na construção do Centro de Treinamento Superar – o primeiro da América Latina com 100% de acessibilidade para atletas com deficiência. “O local em que treinamos ainda não é totalmente adaptado, e a falta de um centro específico acaba comprometendo nosso desempenho”, justifica o nadador, comemorando o sucesso da ação. 

Para Marcelo, a escolha de seu nome para ser um dos símbolos da campanha não se deve apenas ao fato de colecionar conquistas na natação. “Acredito que o instituto queira divulgar a evolução no esporte, mostrando que há novos talentos que têm se destacado e vão representar o Brasil mundialmente daqui a dois ou seis anos”, frisa.

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