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KYRA GRACIE - A BELA E A FERA



Kyra Gracie: força e beleza
honrando a tradição da família

01/10/10

Por Carolina Nunes

Única mulher da família Gracie a competir profissionalmente e considerada por muitos a melhor lutadora da história do Jiu-Jitsu, Kyra Gracie, 25 anos, já venceu quatros vezes o Campeonato Mundial e nunca perdeu para uma adversária com a mesma faixa e peso. Para saber o seu segredo, o Conexão Aluno entrevistou a atleta que, além esbanjar disposição no tatame, também planeja se casar e ter filhos. Confira a entrevista.


Conexão Aluno (CA) Como é ser a única mulher da família Gracie a competir profissionalmente?

Kyra Gracie -
 É até engraçado porque as pessoas pensam que tudo foi mais fácil pra mim por ser uma Gracie. Eu fui totalmente contra a minha família para poder treinar. Hoje estou muito feliz e realizada de ter conseguido provar para todo mundo que eu era capaz. Para você ter uma ideia, eles ficam tristes quando nasce uma menina na família, mas depois de mim acho que ficou mais fácil. Hoje em dia tenho várias primas mais novas que treinam também. 


CA - Como você começou a lutar? 

Kyra Gracie -
 Eu sempre vi os meus tios e primos treinando dentro de casa e ia assistir aos campeonatos. Comecei brincando dentro de casa mesmo, aprendendo uma coisinha aqui e outra ali. Até que a minha mãe começou a treinar e eu comecei também, aos 11 anos, mas ela parou logo depois e eu continuei. 


CA - Qual foi o seu maior incentivo?

Kyra Gracie - 
Foi quando falaram que eu nunca ia conseguir trabalhar com isso. Muita gente me disse para eu parar de lutar, que era coisa de homem. No início queria mostrar que eu podia mesmo assim. Estava no meu primeiro ou segundo campeonato internacional e um tio me disse que estava na hora de parar, que já era suficiente. Eu tinha 15, 16 anos, nunca me esqueci disso.


CA - Você chegou a lutar com alguém que admirava?

Kyra Gracie -
 Sim, admirava muito a Letícia Ribeiro, Hannette Quadros e Leka Vieira e acabei lutando e ganhando de todas elas. Minha primeira luta na categoria profissional foi um teste psicológico, porque eu estava competindo com meus principais ídolos. No Mundial de 2003 acabei perdendo, mas em 2004 fui campeã pela primeira vez.


CA - Quais foram as suas principais vitórias?

Kyra Gracie -
 Ganhei quatro Campeonatos Mundiais (2004, 2006, 2008 e 2010), dois Campeonatos ADCC World Championship (2005 e 2007), cinco Campeonatos Pan-Americanos (2001, 2002, 2003, 2005 e 2007), seis Campeonatos Brasileiros (1998, 1999, 2000, 2001, 2004 e 2008), seis Campeonatos Estaduais (1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2006) e um Campeonato Asiático (2006).


CA - E o que ainda não conquistou que gostaria de conquistar?

Kyra Gracie -
 Eu já ganhei todos os campeonatos, mas quero ser a melhor competidora de todos os tempos. Tenho 25 anos e muita vida pela frente. A minha intenção é ganhar vários mundiais e deixar meu nome para a próxima geração.


CA – Pretende se casar e ter filhos?

Kyra Gracie - 
Eu sonho em me casar e ter muitos filhos. Quero cortar meu bolo de casamento com uma bonequinha de quimono rosa em cima. Estou namorando há dois anos, mas a minha rotina é muito corrida e não posso pensar nisso agora. Mais pra frente vou deixar tudo isso de lado e trabalhar como professora, quem sabe ter a minha própria academia.


CA - Além de lutar, o que você faz atualmente?

Kyra Gracie -
 Quando morei nos Estados Unidos, acabei dando aula lá. Voltando ao Brasil, tive vontade de ensinar as crianças daqui. Iniciei um projeto social e dou aulas para 250 crianças em Vargem Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro. A minha intenção é formar campeões dentro e fora do tatame, já que o Jiu-Jitsu ensina valores para a vida toda. 


CA - Qual é o caminho das pedras para chegar até onde você já chegou?

Kyra Gracie -
 Eu acho que o caminho das pedras é acreditar no seu sonho, mesmo com todos os problemas. Sempre coloquei metas na minha vida e trabalhei muito forte para poder alcançá-las.


CA - Se você não fosse lutadora, o que seria?

Kyra Gracie -
 Eu seria uma pessoa muito infeliz, porque eu amo o que faço hoje. Adoro poder viajar o mundo para competir e palestrar sobre a minha experiência. Adoro treinar, dar aulas. Cheguei a fazer quatro períodos de Direito, mas tive que parar por causa da luta, mesmo assim ainda quero me formar. Se eu não fosse lutadora, provavelmente estaria indo para o Centro todos os dias arrumadinha para trabalhar num escritório.

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