Por Mônica Vitória
Caroline Andrade, aluna do 3º ano do C. E. Professor Murilo Braga, de São João de Meriti, viveu seis dias inesquecíveis no Reino Unido. Como Embaixadora do Clima, ela foi uma dos sete estudantes brasileiros escolhidos pelo Consulado Britânico para participar do programa Climate Generation, que tem como objetivo promover e desenvolver atividades relacionadas às mudanças climáticas globais. O grupo viajou para Londres no final de outubro para conhecer a cultura britânica e visitar instituições ligadas à ciência e ao meio ambiente.
Embaixadores, Gerente de Projetos do British
Council e professor no lobby do hotel em Londres
Os oito Embaixadores do Clima (ou Climate Champions) têm entre 16 e 18 anos e foram selecionados no ano passado para o projeto “De Olho no Clima” em quatro estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife. “Fiquei sabendo do programa através da diretora do colégio, que falou comigo e com outra menina que se interessava por causas ambientais. O processo seletivo foi difícil. Na primeira fase, fiz três redações sobre o porquê de eu querer ser embaixadora e o que eu fazia pelo meio ambiente. Na segunda fase, houve duas provas e entrevistas em português e em inglês”, conta Caroline.
Depois de ser classificada, ela e os outros embaixadores participaram de um workshop de seis dias em 2009, participando de gincanas, trilhas e palestras. “Sempre gostei muito da natureza e, em casa, minha mãe vivia enfatizando a questão do desperdício, em coisas simples, como apagar as luzes e economizar água. Quando cresci, fui percebendo a real importância desses gestos. Mas nunca fui tão interessada nesses assuntos como quando fiz o workshop, ganhando mais consciência a respeito do impacto do homem no clima e no planeta”, diz a jovem.
Após o workshop, cada embaixador deve desenvolver ações em suas escolas e comunidades. Caroline montou um grupo de apoio no C. E. Professor Murilo Braga e organizou mutirões de coleta de óleo de cozinha para envio para reciclagem e produção de sabão. “Minha escola já era engajada em causas ecológicas. Havia a Semana do Meio Ambiente, o abraço ao Rio Pavuna, entre outras ações e eventos. No ano passado, transformamos o colégio num ponto de coleta de óleo para toda a vizinhança”, afirma. Os trabalhos das escolas são analisados por uma equipe do Consulado Britânico, que avalia critérios como criatividade e número de pessoas envolvidas, através de um relatório mensal.
A viagem
O ápice do programa aconteceu no Reino Unido, durante a visita dos Climate Champions brasileiros à terra inglesa. Para Caroline, a experiência foi maravilhosa: “Foram seis dias muito intensos. Eu, os outros embaixadores, o professor responsável pelo grupo e a guia acordávamos cedo, saímos às 9h e só voltávamos ao hotel às 20h, para jantar e falar com a família pela internet. Durante o dia, a gente visitava pontos turísticos, museus, instituições, castelos, jardins, pubs e até escolas. Fui ao Big Ben, à roda gigante London Eye e ao Palácio de Buckingham. Cada lugar ali guarda um pouco de história”, lembra.
Os embaixadores posam em frente à escadaria da
St. Paul’s Cathedral
Na maior parte do tempo, Caroline e seus colegas passeavam de trem e de metrô pela cidade de Londres. “Andei uma vez naquele ônibus double-decker, de dois andares. Pudemos ver de perto como as pessoas lidam e se preocupam com o meio ambiente e como lá elas são muito mais conscientizadas do que os brasileiros. Raramente você vê lixeiras nas ruas, e mesmo assim ninguém joga lixo no chão!”, acrescenta. As impressões dos estudantes ficaram registradas numa espécie de “diário de viagem” que eles publicaram no Facebook.
O grupo também assistiu a palestras de cientistas, visitou o Met Office (serviço nacional de meteorologia do Reino Unido) e conheceu a sede da ONG que desenvolve o programa Climate Generation em todo o mundo, a United Kingdom Youth Climate Coalition (UKYCC). “É uma ONG formada por jovens voluntários. Outra coisa que nos chamou a atenção: com o contato que tivemos com os jovens ingleses, percebemos que eles são bem mais engajados do que nós. Eles se mobilizam, se juntam, vão para as ruas lutar por seus ideais etc”, observa Caroline.
A troca de experiências foi um dos pontos positivos que surpreendeu a estudante durante a viagem: “Eu já tinha visto os demais embaixadores do clima em três encontros no Brasil, mas era tudo muito formal, o foco era só nas questões ambientais. Agora, todos estavam mais relaxados, e deu para nos conhecermos mesmo. Foi melhor do que eu esperava! Até o voo foi tranquilo. Nunca havia andado de avião, mas não senti medo, e sim segurança”, comenta Caroline, que ainda aproveitou a ocasião para melhorar seu inglês.
Futuro
Caroline destaca que a bagagem que ela traz de fora inclui um aprendizado amplo e valiosíssimo: “Conheci a cultura e a história do país, fiz atividades em grupo e aprendi ainda mais sobre diversos assuntos relacionados ao meio ambiente. É muita responsabilidade ser embaixadora do clima, principalmente no Brasil. Nosso papel é alertar as pessoas, conscientizar, mostrar o que está acontecendo com o mundo. Sou vista como um ‘exemplo’ na escola, mas também fico marcada como ‘a chata’. O importante é que vejo muita gente ao meu redor mudando o pensamento, colegas que aprenderam a ser como eu. É algo que contagia mesmo”.
A jovem pretende continuar trabalhando em prol do meio ambiente, na escola e fora dela. Caroline quer fazer faculdade de engenharia ambiental. “O colégio também continua envolvido. Passamos a recolher garrafas PET na comunidade, distribuindo panfletos e explicando que esse material pode ser reaproveitado se separado”, explica. As embalagens serão destinadas à construção de uma casa que servirá de auditório para eventos ambientais da escola. O projeto está em andamento, mas Caroline já está usando o seu know-how adquirido no programa para agilizar a concretização da ideia: “Até entrei em contato com o coordenador de sustentabilidade da Coca-Cola, para que nos doasse garrafas”.
O programa no Brasil
“De Olho no Clima” é uma iniciativa do Consulado Britânico para aumentar o conhecimento e as ações relacionadas ao tema “mudança climática” no Brasil. O projeto promove, por meio da ciência e da educação, o encontro e o intercâmbio entre jovens profissionais, estudantes e professores, e busca ajudá-los a multiplicar o conhecimento, gerando diálogo sobre o meio ambiente e incentivos para ações construtivas.
Caroline Andrade, aluna do 3º ano do C. E. Professor Murilo Braga, de São João de Meriti, viveu seis dias inesquecíveis no Reino Unido. Como Embaixadora do Clima, ela foi uma dos sete estudantes brasileiros escolhidos pelo Consulado Britânico para participar do programa Climate Generation, que tem como objetivo promover e desenvolver atividades relacionadas às mudanças climáticas globais. O grupo viajou para Londres no final de outubro para conhecer a cultura britânica e visitar instituições ligadas à ciência e ao meio ambiente.
Embaixadores, Gerente de Projetos do British
Council e professor no lobby do hotel em Londres
Os oito Embaixadores do Clima (ou Climate Champions) têm entre 16 e 18 anos e foram selecionados no ano passado para o projeto “De Olho no Clima” em quatro estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife. “Fiquei sabendo do programa através da diretora do colégio, que falou comigo e com outra menina que se interessava por causas ambientais. O processo seletivo foi difícil. Na primeira fase, fiz três redações sobre o porquê de eu querer ser embaixadora e o que eu fazia pelo meio ambiente. Na segunda fase, houve duas provas e entrevistas em português e em inglês”, conta Caroline.
Depois de ser classificada, ela e os outros embaixadores participaram de um workshop de seis dias em 2009, participando de gincanas, trilhas e palestras. “Sempre gostei muito da natureza e, em casa, minha mãe vivia enfatizando a questão do desperdício, em coisas simples, como apagar as luzes e economizar água. Quando cresci, fui percebendo a real importância desses gestos. Mas nunca fui tão interessada nesses assuntos como quando fiz o workshop, ganhando mais consciência a respeito do impacto do homem no clima e no planeta”, diz a jovem.
Após o workshop, cada embaixador deve desenvolver ações em suas escolas e comunidades. Caroline montou um grupo de apoio no C. E. Professor Murilo Braga e organizou mutirões de coleta de óleo de cozinha para envio para reciclagem e produção de sabão. “Minha escola já era engajada em causas ecológicas. Havia a Semana do Meio Ambiente, o abraço ao Rio Pavuna, entre outras ações e eventos. No ano passado, transformamos o colégio num ponto de coleta de óleo para toda a vizinhança”, afirma. Os trabalhos das escolas são analisados por uma equipe do Consulado Britânico, que avalia critérios como criatividade e número de pessoas envolvidas, através de um relatório mensal.
A viagem
O ápice do programa aconteceu no Reino Unido, durante a visita dos Climate Champions brasileiros à terra inglesa. Para Caroline, a experiência foi maravilhosa: “Foram seis dias muito intensos. Eu, os outros embaixadores, o professor responsável pelo grupo e a guia acordávamos cedo, saímos às 9h e só voltávamos ao hotel às 20h, para jantar e falar com a família pela internet. Durante o dia, a gente visitava pontos turísticos, museus, instituições, castelos, jardins, pubs e até escolas. Fui ao Big Ben, à roda gigante London Eye e ao Palácio de Buckingham. Cada lugar ali guarda um pouco de história”, lembra.
Os embaixadores posam em frente à escadaria da
St. Paul’s Cathedral
Na maior parte do tempo, Caroline e seus colegas passeavam de trem e de metrô pela cidade de Londres. “Andei uma vez naquele ônibus double-decker, de dois andares. Pudemos ver de perto como as pessoas lidam e se preocupam com o meio ambiente e como lá elas são muito mais conscientizadas do que os brasileiros. Raramente você vê lixeiras nas ruas, e mesmo assim ninguém joga lixo no chão!”, acrescenta. As impressões dos estudantes ficaram registradas numa espécie de “diário de viagem” que eles publicaram no Facebook.
O grupo também assistiu a palestras de cientistas, visitou o Met Office (serviço nacional de meteorologia do Reino Unido) e conheceu a sede da ONG que desenvolve o programa Climate Generation em todo o mundo, a United Kingdom Youth Climate Coalition (UKYCC). “É uma ONG formada por jovens voluntários. Outra coisa que nos chamou a atenção: com o contato que tivemos com os jovens ingleses, percebemos que eles são bem mais engajados do que nós. Eles se mobilizam, se juntam, vão para as ruas lutar por seus ideais etc”, observa Caroline.
A troca de experiências foi um dos pontos positivos que surpreendeu a estudante durante a viagem: “Eu já tinha visto os demais embaixadores do clima em três encontros no Brasil, mas era tudo muito formal, o foco era só nas questões ambientais. Agora, todos estavam mais relaxados, e deu para nos conhecermos mesmo. Foi melhor do que eu esperava! Até o voo foi tranquilo. Nunca havia andado de avião, mas não senti medo, e sim segurança”, comenta Caroline, que ainda aproveitou a ocasião para melhorar seu inglês.
Futuro
Caroline destaca que a bagagem que ela traz de fora inclui um aprendizado amplo e valiosíssimo: “Conheci a cultura e a história do país, fiz atividades em grupo e aprendi ainda mais sobre diversos assuntos relacionados ao meio ambiente. É muita responsabilidade ser embaixadora do clima, principalmente no Brasil. Nosso papel é alertar as pessoas, conscientizar, mostrar o que está acontecendo com o mundo. Sou vista como um ‘exemplo’ na escola, mas também fico marcada como ‘a chata’. O importante é que vejo muita gente ao meu redor mudando o pensamento, colegas que aprenderam a ser como eu. É algo que contagia mesmo”.
A jovem pretende continuar trabalhando em prol do meio ambiente, na escola e fora dela. Caroline quer fazer faculdade de engenharia ambiental. “O colégio também continua envolvido. Passamos a recolher garrafas PET na comunidade, distribuindo panfletos e explicando que esse material pode ser reaproveitado se separado”, explica. As embalagens serão destinadas à construção de uma casa que servirá de auditório para eventos ambientais da escola. O projeto está em andamento, mas Caroline já está usando o seu know-how adquirido no programa para agilizar a concretização da ideia: “Até entrei em contato com o coordenador de sustentabilidade da Coca-Cola, para que nos doasse garrafas”.
O programa no Brasil
“De Olho no Clima” é uma iniciativa do Consulado Britânico para aumentar o conhecimento e as ações relacionadas ao tema “mudança climática” no Brasil. O projeto promove, por meio da ciência e da educação, o encontro e o intercâmbio entre jovens profissionais, estudantes e professores, e busca ajudá-los a multiplicar o conhecimento, gerando diálogo sobre o meio ambiente e incentivos para ações construtivas.
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